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E se a cannabis fosse uma biblioteca?


Imagina uma planta que não é só planta.


É livro antigo, é tecnologia viva, é um arquivo em constante edição.

A cannabis não é só remédio. Tão pouco é só polêmica.


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E, com certeza, nunca foi só “droga”. Ela é vida em camadas, com capítulos escritos por povos antigos, cientistas modernos e curiosos do mundo todo.


Agora, pela primeira vez, cientistas conseguiram algo inédito: mapear o genoma mais completo da história da cannabis.E o que eles encontraram ali dentro vai muito além de THC, CBD ou qualquer rótulo comercial.


Dentro da planta, uma multidão


O estudo, publicado na revista Nature, analisou 193 genomas de cannabis, entre plantas selvagens e cultivadas, machos e fêmeas, vindas de quatro continentes.O resultado?


Um verdadeiro mosaico genético, cheio de variações e possibilidades.

É como se cada planta fosse uma edição diferente da mesma história.Aromas próprios, comportamentos distintos, efeitos únicos.


A cannabis tem essa coisa de ser uma só... e ao mesmo tempo, mil. Moldada por natureza, clima, tempo e também por nós, humanos.


E quando o DNA não para quieto?


Mais de 68% do DNA da cannabis é formado por genes móveis, também chamados de "genes saltadores".

São pedaços que mudam de lugar dentro do genoma, criando mutações naturais.

Essa instabilidade é exatamente o que permite à planta se adaptar, evoluir, ganhar resistência.Por isso, mesmo duas plantas parecidas podem se comportar de formas completamente diferentes, no sabor, na potência, na floração.

É como se cada cannabis tivesse um tempero secreto só dela.


Sexo, flores e segredos genéticos


Outro achado surpreendente: os cromossomos sexuais da cannabis (X e Y) são mais complexos do que se imaginava.Essa diferença pode influenciar desde o tempo de floração até a produção de certos compostos terapêuticos.

Pra quem cultiva com intenção, seja pra uso medicinal, industrial ou científicoe, ntender esses detalhes genéticos é essencial.


THC e CBD: os mais conhecidos, mas não os mais incríveis


Enquanto o genoma inteiro é mutável e criativo, os genes do THC e do CBD são bem estáveis.Isso aconteceu por causa da seleção humana: ao longo do tempo, agricultores foram fixando essas características pra garantir mais rendimento e padronização.

Mas toda padronização tem um custo.Nesse caso, o custo foi a diversidade genética.

Agora, cientistas estão voltando os olhos para canabinoides menos conhecidos, compostos com enorme potencial medicinal, mas que ainda são pouco explorados.


O que tudo isso muda na prática?


Com esse novo mapa genético em mãos, abre-se uma porta enorme para a inovação.

Agora é possível:

  • Criar cepas mais adaptadas ao clima de cada região

  • Desenvolver plantas mais resistentes a pragas

  • Otimizar a produção para diferentes perfis terapêuticos

  • Reduzir impactos ambientais no cultivo

Mais do que evolução científica, é uma chance de preservar a diversidade da cannabis em tempos de industrialização acelerada.


No fim, é sobre escutar a planta


A cannabis nunca foi uma coisa só. Agora, com a ciência olhando mais de perto, com curiosidade, cuidado e sem preconceitos, estamos começando a entender o que ela tem pra dizer.

Na Albecan, a gente acredita nisso.Na potência da informação.Na sabedoria que mora na natureza.E no respeito por tudo o que ainda estamos aprendendo.

Se quiser conversar sobre isso, estamos por aqui.Pra traduzir, orientar, construir conhecimento junto.


Do jeitinho que a cannabis merece. 🌿



Referências e leituras recomendadas:

  • Nature (2024)The Cannabis Pangenome Reveals Extensive Genomic Diversity

  • Leafly (2024) – Scientists unlock cannabis’ genetic secrets with new pangenome

  • Scientific American (2024) – What the Cannabis Genome Can Teach Us about Evolution

  • GenomeWeb (2024) – Researchers Assemble Cannabis Pangenome

 
 
 

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